sábado, 27 de março de 2010

Venham mais cinco!

O equilíbrio é sempre a melhor solução em tudo o que fazemos na vida e quando se tomam outras opções é natural que surjam alguns imponderáveis que fazem descarrilar o comboio.
Não se trata deste comboio dito dos duros que pelos vistos já ficou sem uma carruagem, mas do comboio da nossa terra que vem descarrilando há muito tempo e que pelos vistos não consegue voltar de novo aos carris, apesar de uma permanente propaganda discursiva bonita e de bem estar para nos fazerem crer o contrário, mas que no fundo não passa de música para os nossos ouvidos e conversa e mais conversa.
Valerá a pena um dia falar mais em concreto sobre esta máquina desgovernada muito na linha do que vem acontecendo a nível nacional e o mal que isso tem produzido neste território e nos cidadãos aqui residentes, mas como digo isso ficará para outra oportunidade.
Porque estamos em cima de decisões cujos objectivos são difíceis de entender e que na prática apenas trazem duplicação de serviços e mais despesa, surpreende-me que uma Câmara sem dinheiro e endividada até à raiz dos cabelos, crie 5 novas figuras decorativas na estrutura municipal, a saber;
Provedor do Munícipe, Provedor da Deficiência, Comissária para a Igualdade e Minorias Étnicas e segundo se ouve 2 Directores Municipais.
Como se costuma dizer não há fome que não dê em fartura e num ápice a nossa Câmara viu uma forma de resolver alguns problemas a quem ficou de fora das listas às eleições autárquicas e solucionar também internamente o poder de alguns directores de departamento, fazendo promover dois deles a directores municipais.
Numa estrutura de cerca de 1000 colaboradores, entre os quais inúmeros assessores, directores de departamento e chefes de divisão, ninguém pode compreender uma solução deste tipo para uma máquina que sofre de uma doença prolongada agoniante e cuja terapia tarda em aparecer.
Para além de uma doença que se pode tornar incurável é previsível que a nível de funcionamento a situação ainda se degrade mais do que já está e que transforme o pouco de bom ainda existente, numa grande confusão e num monte de cacos.
Afinal o que vão fazer os Vereadores?
Sei que palavras leva-as o vento e que apesar de um ruído de fundo permanente o que interessa para alguns é resolver estes problemas pontuais e disfarçar tudo o resto, talvez um dia quando não houver remédio, alguém ao olhar para trás se lembre dos avisos e das verdades ditas.

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